soneto das sombras

Data 17/05/2014 22:22:22 | Tópico: Poemas

“Cad’um, a triste sepultura achada,
Ressurgindo na carne e na figura,
Voz ouvirá pra sempre reboada”. —

A passo lento assim pela mistura
Das sombras e da chuva caminhando,
Falávamos da vida, que é futura.
A Divina Comédia - Inferno - canto VI






Bem sabia que precisariam de abrigo, os vi de sobejo, sob açoite,
vagarosos destroçados trilhando sós os caminhos frios de julho,
aos ventos cortantes, becos das sombras soturnas da meia-noite.
fugindo desesperançados, quebrantados em vis ravinas d’orgulho.

Estremunhado olhos vítreos de um longo sono, ainda de alta valia,
quase desespero, chora silenciosamente ouvindo estrelas se lança,
a pena era a prostração, na hora fatídica em que toda a fé perdia,
estéril, mas age semeando dor nos corações cujos ouvidos alcança

Perdi-me nas veredas escuras e ora sou mais um dos que penaram
meus traços rudes por defeitos manchados, sôfrega a respiração,
virei espumas de ondas em mares revoltos, desejos se frustraram
varro a memória, busco rememorar como ainda voar na escuridão,

Jamais seria confiável a alma nesta nudez mesmo ao gênio soberano,
àquele que me vê qual traço comum, trovejando versos, poeta ufano







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