soneto a quem calhar

Data 19/05/2014 08:37:27 | Tópico: Poemas

“Enquanto a humana forma era habitada
Por mim, não provei ser leão por feitos,
Mas raposa, por astúcia abalizada.

“Estratégia sutil, ardis perfeitos
Tantos soube, que os âmbitos da terra
Eram à fama de meu nome estreitos.

A Divina Comédia - canto XXVII






Oh, ganancioso-idólatra, na égide de mediocridade a dar dó,
todas origens dos pecados cáusticos carrega atormentado,
como uma traça insignificante a roer a lã de um puído paletó,
como mariposa estonteada girando em volta da luz, alienado.

Revira-me o estômago como a comer fatia de torta de pregos,
traz a genética da loucura em lento e constante retrocesso;
psicose voraz que lhe corrói a alma, ferozes desassossegos,
em vão procura apoio, mesmo sabendo que não terá sucesso.

Sabe que jamais será como um leão a perseguir um antílope,
quiçá se muito, um coelho perseguindo toupeira num prado.
Infértil como fatia de manteiga mofada, foge-lhe Calíope,
contenta-se num vão sonhar em um dia tornar-se apreciado.

Queria incorporar um altivo leão rugindo, feroz na matança;
em vez disso, só joga macaca com as meninas da vizinhança.



















[ sem mais







eh eh]




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