
Numa tarde primaveril
Data 04/06/2014 12:56:43 | Tópico: Poemas
| Talvez fosse, entre todos os presentes, o mais insignificante dos entes que existiu na face da terra. Carente de valores essenciais, sempre com a mania de estar alertando aos demais de bordo sobre o parafuso, agora vagueia sozinho, difuso, esquadrinha as dunas e estepes, esquecendo que ele não tem mais o poder do quepe que acalenta as pedras e faz dormir lavas vulcânicas, volvendo às forças satânicas.
Pode até ser que fosse tudo tão maravilhoso, poderia até ser doce, também um tanto espalhafatoso, mas era sem valor algum sem os dedos, nem os anéis, como som em decibéis medido. Todos sabem que um gemido não ilumina a escuridão da sepultura, nem pode beijá-la, impotente, mesmo sabendo-a tão pura numa tarde primaveril - propícia ao desenvolver de amores, que ao espírito tanto apraz pendores.
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