
Sou poeta que escrevo no meio do nada ... com dom... sem dom...
Data 26/05/2014 16:16:05 | Tópico: Poemas
| Do que é ser poema Sem simetria Sem cena, Vazio N'um nada ser N'um deserto aprender N'um dom não escrito Ou descrito...
N'um brilho Sem trilho Desfilando no abismo De rochas encrespada...
D'um risco fazer letras D'um assoalho de corpos Fazer um encanto Ou pranto...
N'um mundo d'ondes habita E canta a aquarela Nas nuances que pintas O agasalhamento de verbos Espalmados em teus dedos...
Refolhando sementes decentes Segues estando, Sem inspiração e desencanto Movido apenas pela razão Assemelhas ao filho do condor Nas cordilheiras do infinito Voa, Voa, ... Observando em cada canto A letra a se formar Em tua mente, As vezes cansada De tanto lutar Contras ervas daninhas Que teimam invadir Tuas mãos cansadas de guerra Lutando sempre,
Segues como andarilho Das letras por vezes sombrias Por vezes própria Luz da tua inteligência O céu do poema refletido Na lâmina d'agua Muitas vezes escritos Com lágrimas de sal Limpando a chuva do rosto No momento Que as letras se despem...
E se tornam magia E cor da paisagem Inda que sem sonhos Vagueias em busca do nada Na transformação do poeta Em pó de estrelas Nas ideias em desalinho Na aridez da mente No meio do nada Com dom Ou sem dom...
Teus dedos se encontram Com a poesia inda que seja Na contra mão da vida.
Ray Nascimento
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