
Pudesse eu reter o teu brilho para sempre como as praias retém refém um único grão de areia
Data 28/05/2014 15:59:50 | Tópico: Poemas
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Faze-lhe conhecer a vida destes breves anos frente à eternidade E dize-lhe: além mais além por aquela queda de água infinita que se evapora por entre os dedos como ilhas desertas no meio de um oceano atormentado.
Faz-me conhecer o cheiro que invade as Estrelas da noite deslumbrada Diz-me do respirar dos deuses (quantos?) Sopros em ventos alisados e brilhantes sem norte Pelas enseadas escondidas
Em nossas mãos não existem pausas ou silêncios de Luas ou Fontes de água E se as preces declamam um ou outro verso disperso Queixo-me então do sorriso perdido num solavanco Mais forte Do barco.
Tudo recomeça esperando os cintilares da maré vaza Sossegam alguns cavalos antes loucos trotando pelas ondulações gigantes Sem receios ou desconhecidos Penetro o interior do mar Apenas buscando profundidades
Pudesse eu reter o teu brilho para sempre Como as praias retém refém um único grão de areia.
I
Vejo as velas negras desfraldadas Um mar horizontal Sem pausas Sempre rente à nudez dos corpos amantes que se habitam Recomeçando sempre Este caos
Vida.
(Ricardo Pocinho)
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