
RÉQUIEM à METRÓPOLE, qualquer que seja, ENQUANTO BEBO sem OUTRA OCUPAÇÃO
Data 18/01/2008 15:43:54 | Tópico: Poemas -> Sociais
| Tambores relampeiam tempestades truculentas bêbadas de carne anjos de mármore afundam em operações bancárias provando o inquestionável deboche do Poder sobre o Bem Tecer palavras como figurinista d'um deserto não revela a força da Terra inconfundível como homem nu entre tigres amestrados Tenho caminhado não com pés mas com olhos pelo meio de pessoas que trazem esporas na fala O planeta avança dividido entre o anjo da ciência e o anjo do desastre Caminhos existem passos dissolvem além do chão, atrás dos muros a cidade digere o não-ser Réquiem do último dos centauros, o fêmeo o Primeiro dos Trombadinhas toca o Dedo do Senhor
Homens ao meio (tornaram deserta a sensibilidade) surgem após o meio-eco dos passos devastando campos aonde rolam amantes Amor agora detém-se afixado em território mas o que é local reservado para amar se não é público meu amor e o lado escuro do mundo aonde perco meus beijos? Acaso silêncio e mundo são opostos?
Uma bolha de aço é formada do hálito coletivo Instalei nos sonhos lemes conduzindo a um país de jaulas Sentí estruturas de concreto e vidro sugadas pelos poros baile macabro dançado por cães danados e velhas frígidas
Bancários padres jornaleiros caminham na avenida abarrotada de foguetes e caravelas última tribo de humanos adorando o aparecimento no horizonte da bomba A descalçando rostos decalcando vozes ave hipnótica a propaganda destila a multidão
Casa das máquinas do mundo um esquadrão da morte de banqueiros internacionais baila no cemitério de automóveis entre anjos caídos e odaliscas de incontáveis sexos
A Comunicação define o Verão
Vendo no céu do vídeo a mulher-nua habitante dos sonhos enlatados estranheza fez gemer a escultura de massa falida Havia títulos de protesto gravados no zênite levando a aurora à bancarrota insolvência da fé
Centro comercial apunhala o céu Sagitários-marinhos decolam da língua da mulher montada na flecha cravada no olho do céu acalados soando auroras quadrafônicas
Leve-me ao balcão do poente onde duchas de fogo amolecem anjos transformados para o amor que os enche de matéria Leve-me onde humanos trajam mantos de serpentes vivas onde o Bem e o Mal vivem amor mútuo e inseparável Leve-me através das curvas traiçoeiras do paraíso aonde a fé é doutrina militar. Esqueça, eu conduzirei a multidão pela escadaria insuperável da Ordem Libertária
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