Nada as prende nem âncoras aprisionadas entre rochedos submersos

Data 03/06/2014 18:16:07 | Tópico: Poemas

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Pudesse eu reter algumas imagens pela eternidade
O olhar fixo e longínquo que o sol consome quando o trote dos cavalos ribomba sulcando as espumas das ondas que se espraiam na busca de mais mar
Mais vazio.

Nada as prende
Nem âncoras aprisionadas entre rochedos submersos
Longe dos sussurros da nascente

Vejo-te pelas transparências das águas calmas
Ainda que não passe de uma ilusão desta Rota.

Se penso nos instantes à luz da beira-mar
O vento desfaz o que antes ouvia
Nem os longos arrastados marulhos resistem.

Alma incandescente que regressa
Já ali
Às rebentações das vagas (diz-se de esverdeadas)
Enquanto o respirar das grandes marés
Descansa imóvel a bombordo.

I

Pudesse eu esquecer-me
Apenas

Interrompendo os silêncios
Do navegar
Das sombras.

Pelo amanhecer.


II

Hoje desnudo-te pelo fim.

...
e quando os nossos corpos nus em frente ao outro
se sentiram escondidos desejados protegidos
sabíamos que algo de novo estava a acontecer
o orgasmo que as paredes em branco retiveram
transformaram as partidas em chegadas perpétuas
pelas lisas areias das esperas.


(é apenas tua ambos o sabemos)


(Ricardo Pocinho)





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