Da imensidade do meu sentir...

Data 09/06/2014 15:06:18 | Tópico: Poemas -> Amor

Chuva teimosa que inunda o rosto
O olhar é a cor
Que o poema escreve
Não sei a direção
A trilha é indefinida
Do jogo de xadrez da vida
Ampulheta do tempo implacável
A todos os viventes
O farol da esperança
De um viver em bonança
N'alma o querer
Se faz predominância
Um sonhar amante da poesia em si
Que vem a metade dos versos
A outra metade deixo aos teus pés.

Voo calada nas asas do teu silencio
Sem medo,
Seguindo sempre em frente
Inda que as asas cortadas
De um pássaro ferido
Quase sem vida.

Te acordo para sonharmos juntos
No deserto longínquo
Buscando o mana
Para matar a fome de ti
Beber-te em lava pés
E ver-te crescer
Na solteira do tempo
Do sol escaldante
Aquecendo a semente de avenca
Que plantas em meu corpo.

Quero dormir no teu abraçar
Em alto mar navegar em teu silencio
Num quarto qualquer
Não importando o lugar
Contando que sejas tu
A minha companhia
Teus eflúvios que cheiram a pecado
Me aquece o meu doce olhar

Em minúcias invisíveis
Se fazem mar de inconstâncias
As vezes revolto
Vezes acalm'alma
E sempre volto a origem
Que é o porto seguro
Da imensidade do meu sentir
Do amor e da saudade.

Ray Nascimento





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