divagações gripadas de uma tarde cinza

Data 11/06/2014 18:30:45 | Tópico: Poemas





vadia pena
que não poeta
o calafrio da tarde
sem sobretudo
na cor esquálida .

como a sina
de uma meretriz
apaixonada
pelo trabalho
mas sem clientela
que lhe traga pão
o salto alto
é quem come o chão. ..

assim poeta
o tempo
sem poema

sem palavras pra consumir lápis
de ponta robusta...
como um.menino de rua com a fome
ruminando no ventre
vai pedindo a qualquer um
e todos fogem
até céu
e o mar
até o rio
abandonado de velas
até as janelas
enrugadas de frio
...
até o amor
se congelou numa
tela vintage

por isso talvez
o papel desobedece a espera
se dobra e se desdobra
pensando ser o
vento o poema...





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