NO BAR DE SEU RODRIGO

Data 23/06/2014 12:35:51 | Tópico: Poemas

NO BAR DE SEU RODRIGO

No bar de seu Rodrigo,
Não pedirei mais fiado.
Ele diz ser meu amigo,
Mas cobra-me dobrado.
Finge de falsa amizade,
Porém a pura realidade,
Eu por ele sou enganado.

Pois se peço uma cerveja,
Ele marca duas, ou três,
Depois manda na bandeja
Como se eu fosse burguês.
Porém, por essa mordomia,
Muito caríssimo me saía,
Quando findava o mês.

Ele pensa que é sabido,
Fazendo-me de otário.
Este golpe é conhecido,
E praticado por falsários.
Já estou me pondo bravo,
Pois ele anda de conchavo
Com um tal de Olegário.

Ainda ontem, o Rodrigo,
Quase tira-me do sério,
Ia pôr na conta desse amigo,
Um pedido do Silvério,
E se eu não fosse esperto,
Anotaria para mim, por certo,
A despesa do Rogério.

Mas em breve eu garanto,
Que ele terá uma surpresa.
Ao olhar para aquele canto
E ver vazia a minha mesa.
E quando ele perceber,
Que lá não vai mais me ver,
Há de sentir muita tristeza.

Não por minha ausência,
Ou porque eu seja festeiro.
Mas sim, pela falta e carência,
Que vai fazer-lhe meu dinheiro.
Quando vierem os cobradores,
E junto os outros credores
Para importuná-lo o dia inteiro.

Talvez assim ele aprenda
Esta lição de uma vez.
E quem sabe se arrependa,
Das falcatruas que já fez,
E tenha enfim dignidade,
E haja com honestidade,
Pra não ficar sem freguês.















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