
Vaporizado em esplendido berço alado
Data 02/07/2014 00:14:58 | Tópico: Poemas -> Surrealistas
| Ressonando ensandecido acima do lençol freático, sentiu que a água já lhe batia rente ao umbigo; rasgou ondas rangendo dentes rumo ao Adriático, uivando nos tubos ocos derramando amor antigo.
Passou por cúpreos canículos com lúbrica luxúria, ouvindo ali pontas das âncoras serem queimadas; enternecido, asilou-se, procurou amainar a fúria, entre férreos seios das matronas mais afetadas.
Apenas nos dias úteis untava o pão de centeio, com salpicos de tinta preta para mapas no meio: numa semana poderia esquecer de usar o freio.
Pressionado pelos dois brincos do momo doirado, deitou-se só, esplendidamente em berço alado: ao som de agiotas ensurdecidos foi vaporizado.
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