O incerto será mesmo filho do futuro?

Data 22/01/2008 11:34:19 | Tópico: Prosas Poéticas



Comprei o bilhete só de ida e dirigi-me para a gare... pousei a mala num canto livre e sentei-me em cima dela enquanto aguardava a chegada do comboio maldito... o tal que me ia ceifando a vida, numa outra vida já passada...
Há vultos que me rodeiam, sem rosto, sem futuro nem passado. De pé, sentados ou encostados a qualquer coisa firme que lhes permita descansar o corpo pesado, carregado de penas de uma vida amargurada, improvisando conversas de ocasião.
Já o avisto ao longe. Galopante, endiabrado e barulhento cavalo de ferro, a cortar a curva do tempo que já não me pertence... misturo-me com eles e sou mais um desses vultos sem rosto, sem passado e sem presente que embarca na última viagem, rumo ao desconhecido, ao incerto a que chamam... futuro!


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