DEIXEM-ME SÓ

Data 08/07/2014 07:09:39 | Tópico: Sonetos

DEIXEM-ME SÓ

Bailam em meu quarto espectros miseráveis,
Pulam, gritam, falam frases embaralhadas.
Ora choram, ora dão doidas gargalhadas;
Suas vozes são palavras indecifráveis.

Ah, esses malditos seres indesejáveis
Que aparecem aqui todas as madrugadas.
Despertam-me com sonoras batucadas
E ficam fazendo algazarras intermináveis.

Assim, lentamente, vou me pondo louco,
Pois sei que corpo sem repouso dura pouco
E dessa forma, em breve tornarei ao pó.

Fantasmas, fantasmas voltem para o inferno
E façam lá seus bacanais por tempo eterno:
Xô fantasmas, por favor, deixem-me só!






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