
[o céu tornou-se negro dos desejos inúteis sem pensar]
Data 09/07/2014 18:25:56 | Tópico: Poemas
| . . . . . . . . . *******************************
o céu tornou-se negro dos desejos inúteis sem pensar cobrindo-me das cinzas que restam. e mesmo que qualquer texto possa servir de posfácio servido à mesa de um bar por entre cadáveres tal a magreza das peles estáticas vejo o abanar dos braços erguidos asas escondendo-se do amanhecer.
desejo-te nua regressando à tona da água virada a sul desarrumando espelhos insurrectos que antes refletiam malmequeres sob um sol escaldante
não me perguntes qual a canção que repito quando as luzes se escurecem terminado o prazo que me morre descontrolado.
I
Embaça-me o brilho dos olhos libertos para avistar a tal praia desconhecida (um horizonte onde se põe um arco-íris em fogo)
nem a cendrada luz enegrecendo o dia pelas setas lançadas na medida exata
me impede de habitar-te
desassossegada.
II
Habitando-me por fim.
(Ricardo Pocinho)
|
|