Queixas aos densos lodaçais de lágrimas depravadas

Data 10/07/2014 10:50:52 | Tópico: Crónicas



... Nos romances escritos em velhos alfarrábios, todos versos que leio nunca dizem respeito ao fundo do lago. Foi num pais distante, quando a superfície era plana e lisa independente da profundidade da água. Por esse motivo, pessoas nem sequer são vistas. Somente quem tiver a idade de nossos antepassados poderá, um dia, ser ouvido por quem vive de modo especial, distante das torres, abrindo um sem número de portas nas muralhas e montanhas íngremes sem ter que morrer por isso.
...Talvez haja um sentimento de perda, dor no coração, derretendo manteiga na doçura das pipocas, firmemente escondidas dos olhos humanos. Ali, com certeza, bactérias anaeróbicas não são visíveis, nem na tristeza, nem na alegria das chamas esvoaçantes da minha alma não tão gentil assim, nem com vontade de partir, iniciando uma caminhada saudável.
...Sei que tudo que escrevo parece ter escopo de acalmar a superfície do mar, contudo, sempre é bom ressaltar que as profundidades devem ser evitadas a todo custo. Pois bem. Só resta acrescentar que desnutridas de lamurias, raras e escassas, serão as queixas aos densos lodaçais de lágrimas depravadas.






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