Ávida vida (A vida nº 01)

Data 14/07/2014 13:01:13 | Tópico: Poemas -> Reflexão

"... leio direito, ando certo,
atiro perto, escrevo poemas...”

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- Ávida vida (A vida nº 01) -





Ávida, a vida é inclemente,
não há vencedor, só vencidos,
cheios de dor, no chão abatidos,
caídos, pretexto perfeito
para nunca mais levantarem as cabeças...

Não há fundamento, olhe em frente,
siga adiante, não procure compreender
teorias desconexas,
não há causa aparente, jamais saberá dos motivos,
não há escólio coerente, pois não há mesmo razão,
não há lógica para o ilógico mítico,
que é viver,


Use os miolos, sem juízo perfeito,
pense somente em você sempre
a vida é luta somente, luta e morte
luta somente, luto e dores.


Sem tino, pé, nem cabeça,
não posso ser, nada posso querer.
Sem justa causa, nem procedência,
quero o sol, quero tudo
além dos motivos.
Mas, não posso ter, não sou nada,
não tenho nada.

[Um dia distante,
tive esperanças de ser
alguma coisa]
Tenho até jeito, ando direito,
atiro certo, escrevo poemas.

Mas, sei, não há vencedor,
só vencidos, cheios de dor,
no chão abatidos,
caídos para nunca mais...



Esta vida não passa por mim;
eu passo por ela.
É assim... quem tropeça e cai
fica no chão por que ninguém
vai levantá-lo.

Todos,
cuidam de si mesmos,
olham para si mesmos,
rezam por si mesmos,
rezam para si mesmos.

[ Já quis muito, levo jeito...]
leio direito, ando certo,
atiro perto, escrevo poemas...


Agora não quero mais o sol [cansei da luz], o sol não quero!

É a lua que espero, a lua
que vejo da rua
quando no céu flutua.

Disco brilhante parece estar perto
não sei ao certo se vou alcançá-la,
mas nem por isso deixarei de tentar...
Digo isso concluindo, num contraponto,
talvez paradoxo, ou quem sabe
pura contradição, teoria inconsistente.
[pensamentos ilógicos do poeta incoerente.]




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