Um rio poeta

Data 16/07/2014 10:05:09 | Tópico: Poemas

Calado! Fechado entre as margens abertas,
Cerra os lábios em verbos mudos. Cansaço!
Mastiga apenas as folhas verdes do regaço,
Amando a brisa molhada nas suas palavras.

Calado! Descendo em si próprio num só abraço,
Ironia perversa! Alma revolta e águas límpidas,
Lágrimas ainda doces banhando as nuas rimas, e
Um poema prateado nascido em raios de melaço.

Terno o tempo que o navega ainda que sem velas,
Que mergulha no seu leito bradando os seus versos,
Que no seu corpo derrama histórias em aguarelas…

Calado! É este rio, silêncio ainda sem pronúncios…
Calado! É o poeta que se deixa beijar pelas asas,
Calado! Morre e renasce em beijos salgados.



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