Hoje Eu poderia escrever(vos) Pena trémula, qual estrela, com ponta d´oiro, Impregnando no vento a palavra - ó marca minha no teu cabeçalho ! Poema que de todos é definitivo Neste tempo de mecanismos ambíguos Não seria belo, o verso! Nem musical, o ritmo! Nem criativo, o tema! Nem original, a forma! Nem relevante, o conteúdo!... … Sem ti – ó explicação que me faltavas! -
Seria… definitivo … porque fatal Se os corpos Assassinassem o nome Alterassem o rosto E entregassem a outras metafísicas A assinatura (ligeira passagem lavrada a tinta Na terra que torna malditos Aqueles que mais a amam) Escrevendo sangue, suor, lágrimas, sorrisos, gritos, mutismos Transfusões nos próximos e nos longínquos Saudações e padecimentos vertendo energias, nervografismos! Despojados de todo e qualquer valor material Que regressam em naus de cujos feitos Os traidores rezam para que o génio Que mudou o mundo e aniquilou, Duma só vez!, a presunção greco-romana Jamais volte! E não volta … Mas basta um só estranho Pensar… no feito! para todas as embarcações, mares e marés Em tresloucada agitação Renovem o que de tão velho e repetido Jamais será novidade – maldade humana. Porém, isto não é um poema, É homenagem. Porque … Este que vos escreve Redige dedo E ama com paixão a letra capital Então … hoje Eu poderia escrever-vos O poema … Mas não seria belo Sem vós Ó mentes abençoadas que contrariais os ventos
Qual é o nome que os traidores temem quando os génios respiram? Fernão Magalhães?