A Última Canção - Metáfora (reeditado)

Data 19/07/2014 01:34:59 | Tópico: Poemas




Hoje
Eu poderia escrever(vos)
Pena trémula, qual estrela, com ponta d´oiro,
Impregnando no vento a palavra
- ó marca minha no teu cabeçalho !
Poema que de todos é definitivo
Neste tempo de mecanismos ambíguos
Não seria belo, o verso!
Nem musical, o ritmo!
Nem criativo, o tema!
Nem original, a forma!
Nem relevante, o conteúdo!...
… Sem ti
– ó explicação que me faltavas! -

Seria… definitivo … porque fatal
Se os corpos
Assassinassem o nome
Alterassem o rosto
E entregassem a outras metafísicas
A assinatura
(ligeira passagem lavrada a tinta
Na terra que torna malditos
Aqueles que mais a amam)
Escrevendo sangue, suor, lágrimas, sorrisos, gritos, mutismos
Transfusões nos próximos e nos longínquos
Saudações e padecimentos vertendo energias, nervografismos!
Despojados de todo e qualquer valor material
Que regressam em naus de cujos feitos
Os traidores rezam para que o génio
Que mudou o mundo e aniquilou,
Duma só vez!, a presunção greco-romana
Jamais volte!
E não volta …
Mas basta um só estranho
Pensar… no feito!
para todas as embarcações, mares e marés
Em tresloucada agitação
Renovem o que de tão velho e repetido
Jamais será novidade – maldade humana.
Porém, isto não é um poema,
É homenagem.
Porque …
Este que vos escreve
Redige dedo
E ama com paixão a letra capital
Então … hoje
Eu poderia escrever-vos
O poema …
Mas não seria belo
Sem vós
Ó mentes abençoadas que contrariais os ventos

Qual é o nome que os traidores temem
quando os génios respiram?
Fernão Magalhães?








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