água inexistente

Data 23/01/2008 21:52:11 | Tópico: Textos

O ansiado e adiado regresso a casa tornou-se hoje possível. Contratempos e vontades (não vontades) fizeram-no longo e demorado. Sinto-me, agora, duas. Uma que fica, outra que vai. Uma que anseia ir, outra que deseja ficar. O tempo faz destas coisas. E as pessoas, fundamentalmente.
Ocorrem-me pensamentos. A ti pertencem. Inútil lembrar-te a falta que me fazes (mesmo quando te sinto próximo) e a falta que continuarás a fazer para todo o sempre. Embora ele pareça desmedido, o sempre pode sempre culminar amanhã.
Temo que tudo o que escrever, a partir deste momento, possa tornar-se ridículo. Temo, ainda mais, que tudo o que escrevi, até este momento, tenha sido completamente ridículo. Temo até que toda a sensibilidade que considerava ser a fonte seja, efectivamente, a água inexistente.



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