Ainda bem que há quem lê bulas

Data 14/08/2014 08:50:49 | Tópico: Crónicas


Suporto bem qualquer tipo de crítica, mesmo se for assassinado na primeira luz do dia, nos albores da aurora franca quando as cabeças das jubartes ficam inclinadas. Suporto também com fleuma de uma casimira britânica toda a compaixão dos que porventura possam ter piedade. Tudo o mais, inclusive a sarja fusca resta quebrantada. Antes da inesperada intervenção, ninguém tocava no assunto, tudo o que valorizamos na vida estava regularmente etiquetado com respectivo código de barras, estando eu calmamente escrevendo meus textos, poemas, crônicas e contos, apenas uma vez a cada duas horas, sem fracionar nem amassar, e ainda assim ouso publicar para apreciação dos leitores deste preclaro site.

Concordo com tudo o que ele pode achar ou pensar, principalmente quando o crack do cimento Portland passou a ser feito em São Caetano do Sul. Deve ser cansativo ter que trocar o curativo sem usar éter para arrancar o esparadrapo velho. E um tanto maçante ler os rebentos de maracujá na cerca, que são estendidos sem escudos, nem algum tipo de caçamba linear. Mas, porém, todavia, e principalmente contudo, neste universo, com ou sem misses, há uma gama variada de gostos e paladares, finos ou não, havendo, ao que consta, quem leia as letras miúdas das bulas dos medicamentos não controlados geralmente prescritos por médicos impostores. Dizem que curam até a dor do amor. Para a sorte, o regozijo e o bem geral de todos.











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