nunca soube fazer as pazes

Data 07/08/2014 17:22:58 | Tópico: Poemas -> Tristeza



onde demos asas às nossas vozes
e o tecto tão baixo que elas
nos sabiam a gritos

nós se aflitos, o fumo do teu cigarro
a queimar-te a garganta e a secar
a contínua vontade de gritar

por muito que me digas que eu não
que de certeza que não, uma pedra talvez
onde deveria ter o coração

e eu quando tenho certezas estultas
que já não me amas porque não dizes
que gostas de mim e somos felizes

é fácil culpar a minha voz sem regras
os nossos feitios que parecidos, não rimam

para quê, amor, se já não são nossas as bocas
que agora se aproximam

José Correia



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=276166