
Nenhum lugar mais
Data 09/08/2014 16:33:58 | Tópico: Poemas
| No jardim da casa redonda o vento sopra de norte chamo a força arremetida ao branco vitral do sal e às lágrimas coadas da tormenta vestindo de sombra o tempo desabrido a convidar para estar comigo. Rompe-se o silêncio perdido na matriz do corpo enredo de olhos secos...verdade sisuda e bêbeda balbucia às sombras de Janeiro incertezas sobre o nascimento nas palhas e na fé ínvio da salvação gratuita. Em abuso na vidraça, a manhã envergonhada atropela o espaldar da cadeira e o vermelho escrito no algodão do cortinado caminha sem saída diante da solidão das letras empilhadas na estante vício e beleza convivem para sustentar a metamorfose da alma empoeirada dos ossos aos olhos dos poros e às artérias esvaziando o orgulho da vida na morte. Para quê mentir se a verdade é irrelevante? Respiro dentro das vias rubras canais quentes como brasa mortiça,dilato a vibração, escuto a chuva, espreito o aceno do horizonte aplainado ao mar e vigiado por peixes sem grilhões Rasga-se a vida que passa à frente do olhar traçado a cada viagem pelo meridiano da inocência e em cumplicidade com o tempo debruço o sopro da palavra rasgada em nenhum lugar mais real como no redondo da casa de poemas.
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