[dilui-se o eco afônico desnudado pelas primeiras ventanias]

Data 12/08/2014 15:17:39 | Tópico: Poemas

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dilui-se o eco afônico desnudado pelas primeiras ventanias
onde às vezes se ama mirando o tremular do mar.

Agastam-se as palavras num verso desconhecido
que desce lentamente
que se esgota igual a tantos outros

os corpos repetem ridículos laços
transmudando a pele em escamas
repetindo que afinal viveram
...
poucos nadas

.não te escrevo do amar.

Perambulo-me pelas falésias sem o desabar da vaga
esquecendo meridianos e longitudes
miragens [as que resistem ao tempo espaço]

silêncio que me desarruma
esperando o nascimento das orquídeas que partiram
pelas cintilantes em céu fechado
asfixiante

livres por fim

I

Sigo-te então
deixando um lenço branco voar a sotavento
leva-me como as ondas do mar

quando me tiraram de ti

afogando-me em mim pelo horizonte.

Já ali.



(Ricardo Pocinho)


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