Em matéria de escrever poema eu vou do luxo ao lixo, do sagrado ao mais que profano. Profundamente chulo.
Há de se convir que a existência em si já é algo que se deva reverenciar.
A existência das palavras e das ideias que essas palavras nos incitam.
Percebam como parece mágica o fato de alguns simbolozinhos agrupados aqui ou ali nos colocarem e tirarem de lugares privados (isto é, dentro de nós) e metafísicos (ainda dentro) pelo som que fazem e as sensações que trazem.
É um tipo de magia multidimensional, funciona no auditivo e no visual. Se a vítima não puder ver, inventamos o braile que é tátil verbal.
É uma loucura infinitesimal. As palavras. Entre o céu e o cu há somente é. É. A afirmação de que estou certo.
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