O ESCULTOR

Data 25/01/2008 14:27:22 | Tópico: Sonetos





No subtil esculpir de tua posse feminina,
O cinzel torna-se, então meu confidente,
E lasca a lasca, do granito, uma menina,
(Pedra parida, no martelar contundente),

Nasce inda antes de ser mulher definida,
Antes de tudo criança, compulsivamente
Ausente de tudo e de todos: eis rapariga
Saindo do mármore, sua forma aparente.

Fica o esboço, enquanto a pedra crescia
E os órgãos, como outra cousa qualquer,
Tornavam-se membros, co toda primazia.

A pedra aí usada, tem agora, do humano,
Contornos adultos, e enfim, se fez mulher
Pois que não sofre aqui, qualquer engano.

Jorge Humberto
22/01/08










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