TRÁFEGOS

Data 15/08/2014 18:48:33 | Tópico: Poemas


enrubescem as horas
quando se larga palavras
em tom de pele
para transpirar um poema.

espalha-se seda
pro vento ir rasgando
até alcançar o último tom
da madrugada
deixando que o orvalho hidrate
sentidos porosos oriundos de
sequidões
minhas
em tuas
rotas
para aonde seguem versos
com línguas espichadas
de um cão sem coleira
atrás de sombras ou veios d’águas
ou de um caminheiro
que se faça seu dono.
segue lambendo próprias pegadas,
sem que rabiscos lhe matem a fome.

enrubescem as viradas dos turnos
quando se amontoam na pauta
o calor das vestes doadas
de quem não se
importa
de entregar todas as palavras
com a nudez
exposta.



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