CELEBRAÇÃO e PRAZER

Data 25/01/2008 16:28:28 | Tópico: Poemas -> Amor

Eu afiava os dentes nos ossos dos dragões,
pintava o rosto com o sangue das bruxas,
durante os milênios do nosso amor
desejei no impossível o cotidiano
das paixões sem fim

A morte nunca foi problema, mera escrava
dos nossos caprichos, vinha de joelhos
colher os suor dos nossos sexos,
único elixir que os guerreiros bebiam

Anjos (ah! os anjos! mistério e bulimia enfeitiçam
até o porvir dos futuros-impróprios,
aos doentes de espírito) Os efeitos de uma
semelhança pitoresca, não refletem nossas caretas

Mas retornando ao campo de batalha,
pisei com infindável gosto a tumba dos reis primitivos
e descrentes, porque nossa linguagem não é dos meros viventes, nossos sonhos concretos derrubam castelos,
lâminas de um desejo que os deuses marcaram
no fogo dos cometas, metálicos como o pedido
dos moribundos e das crianças anárquicas

Não é para menos, nossos cães venerados feiticeiros,
guardam nossos corpos para que apenas no banquete louco
da magia genética possamos desembainhar celebração e prazer,
eternos e famintos


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