clamor do vento

Data 17/08/2014 12:42:29 | Tópico: Poemas

António Casado__________ 20 Dezembro 1977
Publicado__________ Clamor do Vento
Registado __________ Depósito legal 306321/10
Editora__________ WorldArtFriend
Trabalho__________



Título – PALAVRAS DO AUTOR
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Um dos objectivos é transformar este livro num espaço de reflexão sobre os variados temas e pistas nele apresentados. Uma reflexão independente e despida de todos os conceitos adquiridos, dos preconceitos pré-estabelecidos, das raízes de uma educação viciada e eivada de valores punitivos e formatados segundo padrões tão antigos quanto irrazoáveis.
Para se interpretar um poema não são necessários grandes estudos, aprofundamentos de matérias linguísticas e outros itens apontados como essenciais por uma elite vocacionada para o assassinato do que de mais belo uma língua pode ter: A beleza de um sonho ou de um projecto. O leitor necessita tão-somente sentir. Parece estranho? Ora, tentemos em conjunto interiorizar cada palavra e atribuir a cada uma delas um sentido – o que mais se aproximar de nós. Assim, verso a verso, estrofe a estrofe, construiremos a imagem do que é a nossa mensagem – porque a mensagem de qualquer poema é sempre pessoal. Pouco importa a que conclusão as outras pessoas possam chegar. Certamente chegaram à mensagem delas próprias. No entanto é tão verdadeira como a nossa. Esta é a grandeza da poesia: Transformar o ideal individual num conjunto de ideias colectivas e participativas. O debate sobre a mensagem é uma das mais importantes aulas de português.
É necessário que a poesia chegue onde nunca devia ter partido: Aos leitores. É sabido que entre os poemas mais belos que circulam por esse mundo, os escritos na nossa língua materna ocupam lugar de destaque. A nossa língua tem a graça de se tornar bela, eloquente e maravilhosa, porque é uma língua viva. Quando aplicada ao poema tem o fascínio de nos transportar ao mundo dos sentimentos. Ainda que governantes sem sentido patriótico, apoiados por literatos sem valor, queiram enfermar o valor da palavra transformando o português numa outra língua – como é o caso do triste acordo ortográfico, e nem estou a ser um “Velho do Restelo” – prevalecerá sempre o verdadeiro português e as suas latinas origens.
Outro grande objectivo é chegar aos jovens. É necessário que nas escolas – primeiro contacto real com o poema – não destruam essa primeira abordagem incutindo preceitos e formas e tudo o mais que os enfatiza ao ponto de fugirem da poesia como o diabo da cruz. Mais importante que a métrica de um soneto é a sua estética. A poesia deve ser apresentada com a simplicidade que é e representa. Apenas isto: Uma maravilhosa viagem ao mundo do sonho! Façam os jovens sonhar o poema e certamente mais e melhor poesia surgirá de tantas penas que reflectirão outros tantos sonhos. Se atingirmos este objectivo então ressuscitaremos o poema do estado amorfo e cadavérico a que algumas elites o empurraram. O poema assusta. O poema é uma arma. Compreende-se agora o interesse em minimizá-lo e apresentá-lo como literatura inferior. Que outra forma de fazer o funeral da poesia pode existir que exigir que os professores levem nas pastas toneladas de gramática? Cabe-nos a nós gritar o poema.
Vamos divulgar a poesia!
Este é o meu modesto contributo. Espero que este livro seja do vosso agrado. Como já mencionei, sonhem, como eu sonhei e vivi cada texto, porque sonhar é algo inesquecível.



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