
QUASE AUTOGRAFONIA
Data 18/08/2014 22:33:36 | Tópico: Poemas
| Muitos se queixam do meu feitio arreigado Que explode na face que de Deus recebi Dizem que é do Rio quase Mar azulado Que banha a Cidade onde eu nasci
Falam que no crescer, meu corpo foi danado Como ele da morte, não vivia muito afastado Até que um belo e singelo amanhecer Fez no brilho, a escura ceifeira desfalecer
Da infância não sei o passado (não me têm contado) Pois era no presente que pequeno, adormecia Escudando os olhos de uma fera humana, assustado Que quando acossado, no corpo de minha mãe batia
Depois cresceu o pensamento, no adolescente calado Que borbulhando hormonas de amor, sorria poemas No seu Rio quase mar Azulado, onde chorava salgado Por seu amor rejeitado, não ser azul mas encarnado
Dizem que as recordações nunca morrem Vivem do coração, no sangue bombadas Que constroem o caráter de um homem Queimando na alma, as suas pegadas
Mas eu sinto mais do que posso falar Escrever, ou chorar Não sei como de mim tirar O que não sai de modo vulgar Sinto o torniquete apertado Que contém o meu inundar De emoções. Que me asfixia o pensamento Num eterno momento Sem nunca hesitar De mim se afastar Coragem, entoo para dentro São mais alguns anos por passar Depois Apenas passam meios mundos Cheios de meias vitórias Que na boca chegam a amargar
O tempo nada repassa, tudo devassa E eu não consigo extravasar o que se passa Pois apenas se passa um humano a imolar O seu sentimento, num rio de paixões falsificadas. Nele fui batizado, Pelo falso profeta enganado Pois ainda na água mergulhado Vi que o mundo era aguado Sujo, depravado por todos Privado do seu amargurar E esta dor que sinto Que me corta o coração São apenas fragmentos Do ateu que morreu não conversão Aleluia, que também eu sou Cristão
Muitos se queixam do meu feitio arreigado Mas foi com ele que sempre vivi É ele que me faz ser um rio azul inflamado Que banha este corpo, onde eu nasci
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