[extinguem-se memória e tempo a nudez recém-criada]

Data 19/08/2014 19:02:09 | Tópico: Poemas

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extinguem-se memória e tempo a nudez recém-criada
talvez por ser tarde que as redes são recolhidas.

embalam-se no seu próprio movimento
os ramos que se abrem ao vento
como pássaros no meio de um bando sem fim

nada trazem de novo nem os longínquos lugares
onde mares e marés escondem essa ânsia
que remenda meu corpo a cada dia

e se digo que todas as minhas nascentes vêm de ti
inundando cada vaga pela preamar
alumbram-se as inquietudes. é um sítio.

I

tudo nele se cala
dispensando o rorejar das madrugadas saltando abismos

jamais me cansando de contemplar mesmo ao longe
por detrás do horizonte estático

o teu rosto à janela
pelos contornos dos dias que não se extinguem.


e se tudo parasse agora

[renascer-me-ias]?



(Ricardo Pocinho)




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