aves de voo distante

Data 21/08/2014 07:23:22 | Tópico: Poemas

Pousaram as aves de voo distante, nestas minhas mãos,
Trouxeram outras cantigas, e nas asas, outros perfumes…
Atravessaram o oceano dos meus olhos com o silêncio
e o meu peito abriu-se em flor, e nas pétalas… um poema.
Esvoaçou o vazio e os dedos amaram o preto no branco,
Fizeram das palavras as notas harmoniosas de um piano,
Amaram o dançar das ondas e o suspirar dos olhos perdidos,
Inventaram o sonho dos amantes sobre a areia rendidos,
E nos céus, tão perto ou distantes os jardins proibidos.


Tenho nas mãos, nas mãos em concha, este rio nascido…
Brotou só para matar a sede das aves de voo distante.
Partem, contentes as aves de asas sobre o horizonte…
Sorrio! Tatuado na minha pele esquecida um poema,
Um poema que transcende todas as margens,
Todos os limites, todo o tempo sobre o tempo,
Toda a saudade que me faz pulsar nas veias
Este sorriso que me prende as lágrimas num suspiro.


Parto agora! Aguarda-me o véu estrelado da noite,
Outros encantos e histórias…outras serenatas…
Um outro sonho espelhado sobre o mar, o luar!

Maria dos Santos Alves, a publicar


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