Viro pr'o anverso da folha e sinto o teu perfume... estilhaçando o silencio.

Data 31/08/2014 03:20:56 | Tópico: Poemas

Vozes que se calam
Com o grito silenciado
Na pele do coração
Em ecos do abismo
De um poema da vida
Não escrito no tempo
Nos mil eu's da memoria
Aromas e lembranças
Lápidus sentir
Nas centelhas de medo e dor
Da morte donde a ilusão jaz
Mãos cheias
E frias
A verdade minha
Que não me envergonha
Podendo sim,
Me culpar de algo
Mas somente...
Do amar demais
Nas colunas sacro
Do laguna profano
Na linguagem do eufemismo
Que me correi o ventre
Na indiferença
Vestindo o manto da conquista
Do poder continuar a respirar
No caminhar do sol
Todos os dias beijando a terra
E tudo que nela há
Quem sabe um dia realmente
Nascerá para todos
Espargindo as trevas
Que habita dentro de cada um
Quando o espelho do existir
Juntar-se
Todos seus estilhaços
Emoldurado pelo Ser Maior
Na geografia mapeada d'alma
A volta do filho pródigo
No aconchego do Seu abraço
Viro pr'o anverso da folha
E sinto o teu perfume...
Estilhaçando o silencio.

Ray Nascimento





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