Tarja preta

Data 25/08/2014 19:28:50 | Tópico: Poemas

Que minhas avenidas desaguem
em um novo e solitário centro,
minha boca que se ajoelhe
- como em oração.
Meu corpo que se venda nu,
à luz do poste e d'alucinação.


Que meu rosto siga austero
rico em tudo que importa
- enquanto é noite no homem.
Alegre, triste, indeterminado,
meu corpo que se venda nu,
Único, só, sofisticado.


Que meu amor não aflija
a cor da madrugada morna,
que minhas mãos se desdobrem
em todo e qualquer carinho.
Meu corpo que se venda nu,
Ao vento, ao verbo, ao vinho.


Que meu canto não pese
nos ombros de quem me tateia,
meu sorriso alto que apague
a rigidez dos problemas.
Meu corpo que se venda nu,
enquanto escrevo poemas.



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=277393