ETERNAS LEMBRANÇAS
Data 29/08/2014 10:27:18 | Tópico: Poemas
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Nas madrugadas de minha insônia O tic-tac do relógio na parede Parece o tropel de cavaleiro chegando lá na porteira, Se solto as redes da imaginação ouço até a respiração ofegante do cavalo, E, no piquete, o relincho dos outros animais recepcionando companheiro! Quase pulo da cama para receber meu pai chegando da invernada ou, Talvez, meu avô que foi lá no Areado E está chegando com os bolsos cheios de bala doce e outras novidades! Por alguns instantes perco a noção de espaço, Estamos todos lá na Fazenda Barra Mansa: Ouço minha mãe na cozinha passando um cafezinho quente E a lembrança dos bolinhos de chuva Ou dos deliciosos bolos de polvilho, enche-me a boca de água! As vacas e os bezerrinhos berram lá no mangueiro; Os cachorros latem alegres! De repente, tudo silencia, só o monótono tic-tac do relógio de parede! Sinto um nó na garganta; no meu peito meu coração sangra de saudades; Uma lágrima quente desliza até minha boca, salgada como suor de cavalo! Qual uma criança, peço a Deus que haja bons cavalos Lá onde meu pai e meu avô estiverem: nos campos desta Imensidão! Um automóvel passa veloz lá na rua, atropelando as minhas lembranças! Ainda tendo ouvir o uivo de um lobo guará... Só ouço o apito do guarda patrulhando a rua, E a dor nas minhas pernas diz impiedosamente Que há muito tempo já não sou mais criança!
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