; esqueço a cor das romãs dentro de mim

Data 29/08/2014 18:17:53 | Tópico: Poemas

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; esqueço a cor das romãs dentro de mim
como se nada trouxessem de novo
assemelham-se às muralhas da Terra plana
plenos nevoeiros das manhãs rendidas
à escuridão.

se procuro a rododáctila exuberante
que se esconde
que me faz bater as asas ininterruptamente nas direções a sul
pudesse eu só tocar a tua face num sonho simples

derramando-o como um néctar por esse rio acima.

sim
apenas levarei tua voz sussurro
pelo céu que assinala os limites das montanhas
e quiçá algumas chuvas suaves de outono

esperando que o dia se renda
os barulhos sosseguem
a silêncios teus.

I

Levarei a noite também

[a que o silêncio não enxuga]

e algumas palavras esquecidas.




Nota: a palavra rododáctila, criada por Homero, “embevecido com o belo amanhecer na Grécia, onde ele antropomorfiza Eo, a deusa da aurora, simbolizando-a na rosada mão aberta, fazendo desaparecer as trevas e trazendo o tom rosáceo, prenúncio da luz de um novo e lindo dia.”
(Vida da palavra – Nascimento vida e morte das palavras de Frei Hermínio Bezerra)





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