O sábio que não sabia que era sábio

Data 29/08/2014 23:59:15 | Tópico: Poemas

Eu sempre me pautei pela descrição
E nunca quis “enfiar” a colher onde não sou chamado.
Mas, confesso abertamente que fiquei ruborizado
E atônito no dia de hoje.
Quando um nobre colega publicou
“O sábio com um milhão de poesias”
E foi abertamente criticado sobre adjetivos no poema.
Vá às favas com adjetivos
Com métricas e outras exigências poéticas.
Cansei de ver obras “raras” empoeiradas nas prateleiras
Da biblioteca a espera de um leitor sequer
Para ler textos que ninguém consegue entender.
Enquanto isso, o poeta lá do mato
Escreve na simplicidade de suas palavras,
Falando coisas do coração
E centenas de crianças estão ouvindo-o declamar seus versos
Com os olhos atentos na leitura.
E viajam na beleza de versos simples
Mas que falam de sentimentos comuns aos mortais.
Quisera eu ter o dom de escrever hieróglifos
Poemas de rara maestria.
Não consigo.
Eu sou simples.
Falo coisas que está no meu coração.
Entendo coisas assim.
Respeito quem pensa diferente
Mas quero que leiam meus poemas
E vejam a simplicidade do meu olhar e do meu sentimento.
Foi por isso que sai das aulas de “como fazer um poema correto”
Na faculdade.
Não quero fazer um poema correto,
Quero fazer um poema do meu coração
E meu coração não é correto.
Por isso gosto dos poemas escritos com o coração
E não com o rigor das letras.
As muitas letras fazem delirar.
Quanto aos críticos de plantão,
Àqueles que sabem como elaborar um poema “perfeito”
Prefiro que nem percam seu tempo lendo os meus poemas.
Já sabem o que vão encontrar.

Quanto a este poema aqui:
Sei lá, considere como poema se quiser,
Para mim é apenas um desabafo.
Quanto à resposta do meu amigo:
Sua humildade precede a sua honra.
Você é o sábio que não sabia que era sábio.

Poema: Odair
Odair José

http://odairpoetacacerense.blogspot.com



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