SONETO DO DESPRENDIMENTO

Data 26/01/2008 14:41:34 | Tópico: Sonetos

Se a ti conscientemente impeço
De realizares tuas quimeras;
Assim também, consciente ingresso
Ao incômodo rol das bestas-feras.

Se do fruto que colher queres tanto
De fato não posso ser a semente,
Não é justo que eu me sirva, portanto,
Para meu doce deleite, somente.

Se pudesse não sofrer; _ Quem me dera!
Se me perdesse em profundo sono;
Remediado estaria esse inferno.

Vá, então, no auge da primavera;
Que eu fico aqui em meu outono,
Pois não mereces, da vida, esse inverno.


Frederico Salvo



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=27772