; existem preces que jamais serão repetidas

Data 09/09/2014 05:36:45 | Tópico: Poemas

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; existem preces que jamais serão repetidas
repartidas na constante exatidão

vida ou morte o verbo certo
assumindo leveza
nada dizem
nada transportam consigo

sequer esvoaçam bafejadas pelo vento alísio
acalmando
silenciando um ou outro desassossego
que reproduzes

faltam-me as manhãs escurecidas

os minutos
essas expressões mímicas
dos corpos estatelados
lado a lado

tudo se passará
amputando inquietações
estranhas

que as entranhas guardam.

.nem sequer um riso.

poder-me-ia ter consumido de ti
em mim
corpo
terra
ser

uma acha eternizada
onde fim e começo
se misturam
cicatrizes expostas
à salmoura que sobrou
sem o agasalho das asas
minguantes

das nuvens expostas
sem nome ou destino
plácidas e complacentes
sem o olhar
empurrado para longe
perdendo-se amiúde.

assim nascem as flores
plantadas nos vasos da tua varanda
labaredas resplandecentes
que encadeiam a ressaca


o mito
o indelével repouso das tentativas algumas repentinas desse caminho procura que te alimenta reverdece
reconstrói

eu fico-me
sem qualquer intermitência
pasmado pela beleza tanta

em ti.

I

sim saberei
um sino ressoa bem longe
quando uma pérola nasce
...
agora

o caos.


(libertando-me)




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