Sou a tinta desta folha, Onde não verbaliza e tudo olha, Sou as letras, as palavras, as frases, Sou o poema em si, sou todas as fases: Sou a tristeza, a alegria, a vida, a morte (…) Sou tudo o que realmente sinto; Quando canto sinto que a vida é mais forte, E se não for assim, sinto-me presa num labirinto, Onde me perco, mas canto e rapidamente, Rapidamente encontro-me.
Quando escrevo sinto que sou a tinta; E desenho a minha alma como realmente é, Sou tudo isto mais o pássaro que me vê; O meu versejar é o sangue seco, gravado a tinta, E é toda a minha chama. Inevitavelmente é o meu sangue que te ama, Esteja ele seco ou a correr pelas minhas veias.