Colisão do Tempo

Data 09/09/2014 21:37:21 | Tópico: Poemas


Há um vazio dentro de mim
Que lentamente se apodera da minha mente
O coração deixou de bater
Porém contínuo a viver.

O tempo gélido passa por mim
A lua envelhecida perdeu o brilho
O mar deixou de ter os seus encantos
As flores procuram os raios do sol
O dia esconde-se na escuridão
Apenas sobram sombra do passado
Que alimentam errantes condenados
Num tempo que parou algures no próprio tempo.

Quem mundo é este onde acordei
Será isto um sonho ou viajei
Entre dois mundos que colidiram.

Apaga-se o passado da minha mente
Já não sei quem sou
Espero que tudo isto seja um sonho
Que acorde rapidamente desta utopia.

Quem sou eu, onde estou
Os ossos não seguram a carne do meu corpo
Começou a decomposição
Tudo vai voltar ao início
O relógio do tempo parou.

A humanidade desintegra-se lentamente
Apagando para sempre os rastos
Desta espécie que se julga dominante
Tudo isto é o fim, ou penas o início de tudo
Na colisão de dois tempos.
(Gaspar Oliveira)



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=278284