Quando uma alma parte, somos eternos - RIP/DEP, Carla Pereira

Data 10/09/2014 13:47:34 | Tópico: Poemas -> Tristeza

Somos eternos
Imortais nas asas de um anjo
Pois os anjos, somos todos nós
Apenas nos esquecemos de como voar

Mais um desses anjos belos e singulares partiu
Meu RIP é pequeno demais no meu Inglês
Meu DEP é duro demais no seu Português
Pequeno é o meu tributo, no papel duro e frio
------------------------RIP/DEP---------------------------
Quando uma alma parte
Será que outra nasce para a compensar?
Por cada tristeza, uma alegria por desdobrar?

Quando eu partir podem-me compensar…
Façam nascer mais almas que as badaladas do meu descansar
Desdobrem mil alegrias, para o meu corpo as tristezas chamar
Ficam comigo presas nas coisas que deixei por acabar, por falar
Quando eu partir podem-me perdoar…

Quando uma alma chora
Será que outra ri para a compensar?
Pois cada tristeza, é uma alegria por desdobrar

Quando eu chorar até de mim podem rir…
Pois muitas almas a rir por uma a chorar
É um preço que não desgosto de pagar
Mas deixem ao menos alguém lamentar
Quando eu não quiser mas tiver que partir

Pelo Céu foste obrigada a entrar
Pela coisa que a tal te obrigou
Quando teu corpo soube minar
Nem o dinheiro, amor e amizade chegou

Ficam as palavras por falar
Os abraços e beijos por dar
O meu coração sem ar
Chora sem parar
Por uma amiga agora anjo
Pois amizade tal, não arranjo

Pelo Céu foste obrigada a optar
Pela maldita doença celular
Que Deus te proteja a todo o momento
É o meu mais profundo sentimento
------------------RIP/DEP---------------------
Por vezes a tristeza é tão abismal
que nem as lágrimas ousam cair
Outras, a felicidade é tão espacial
que somos planetas girando, a sorrir

Existem dias tão duros e pesados
Que o mundo cai-nos das costas
Outros, tão leves e arejados
Que no vento somos seres alados

Até na morte choramos da vida
De quem parte de nós, órfão
Deixando meia, a custosa despedida
Num “perdão”, preso num tufão

Nas fraquezas ansiamos ser fortes
como couraçados de aço intemporal
que resistem às dores de outras sortes
mas não chega... nem com a alma imortal

Somos apenas humanos...
Choramos e gritamos
no escuro, ainda amamos
E a noite eterna… só odiamos
Num “Deus nos proteja e acolha”
Sem termos nenhuma outra escolha

As almas especiais são imortais
São Anjos que vivem como mortais
por nos amarem talvez demais
A despedida... nem escrevo mais...

Para Carla Pereira, RIP/DEP
amiga… agora estou mais sozinho… como foste capaz?
(Minha alma está tão triste que nada a anima... e a escrita ainda mais a desanima)
Nunca pensei… mas por algum tempo deixarei de escrever…

Venho apenas agradecer o carinho de todos por este fantástico ano passado na vossa companhia (e dos vossos belos poemas). Lamento se inadvertidamente alguém feri de algum modo e obrigado por tudo o que me ensinaram e comigo partilharam. Obrigado mesmo!
Com amizade para todos,
António Jorge Pereira Madeira



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