Sobre valquerianas e arundinas assustadas com a explosão do barril de pólvora

Data 10/09/2014 17:50:06 | Tópico: Crónicas

"
Como as folhas das sensitivas não mais respondem aos estímulos sensoriais dos dedos espalmados, qualquer um mais curioso poderia atribuir a fome e a falta de canções ao fato dos botões estarem se desfazendo dos laços fraternos e saindo de casa cada vez mais cedo rumo à multidão entoando canções de mosquitos. Por que se abelhas podem ser mais carinhosas, os alpinistas sempre acordam cedo para aproveitar os primeiros raios da manhã, abotoando as calças e fechando as camisas. Alguns acham que são mais malucos do que poderiam ser curiosos. Qualquer um deles tem aptidão para tirar a pele de um crocodilo do Nilo sem ferir a carne. Nem o cerne do jatobá tende a baobá nesta natureza canhestra em luta e prestando tributos aos jovens na primeira montagem birmanesa de uma peça de Bretch. Bertoldo pode ser mais sagaz que um faisão do reino desfazendo laços doirados, prendendo a respiração sem olhar para as estrelas. Na pior das hipóteses, o barril de pólvora pode explodir assustando a ninhada de ratos, aguçando a fome dos gatos e executando as orquídeas. Festa de valquerianas fazendo inveja às arundinas natas. Mas haverá pão e mel para todos sem distinção de credo, raça ou cor, em que pese estarem os corpos espalhados no vale onde ocorreu a última batalha do Bem contra o Mal.
Para consolo dos anjos, o Bem venceu mais uma vez, atormentando os que
acharam que seria mesmo a derradeira batalha.

"





Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=278334