Não consigo ver a relação entre um pardal coxo e a água jorrando do céu num dia de chuva

Data 16/09/2014 13:43:18 | Tópico: Crónicas





Mas vocês tem que admitir que o samovar sempre age como reles chaleira permanecendo quente no momento exato e necessário. Certo que durante a noite eterna foram quase esquecidos os próceres da desolação em louvor aos tantos outros, quais profetas nauseabundos vaticinaram aspirações maravilhosas, cintilantes em pura luz boreal satisfazendo os mais íntimos desejos sexuais das jovens ainda não iniciadas na arte da escultura em terracota. Tal qual conto policial, era um enredo perfeito.
Os quatis pareciam flutuando no céu sem derramar sequer uma lágrima, evitando borrões na paisagem. Abomino o costume de derramar uma porção de chá à beira do pires quando o vento enfuna as vejas das jangadas singradoras de mares tão bravios permeado de nuvens negras de malévolos vaticínios. Talvez seja ainda desprezada a capacidade melífera de abelhas frequentadoras de florestas de coníferas. Em que pese a beleza da paisagem proporcionando inspiração para tantas naturezas mortas em giz cinza, no final de cada paisagem pode haver um arco íris. Tanto no Olimpo quanto nos recantos das tágides, emudeço sempre que canta a musa e não me canso de dizer que não consigo ver a relação entre um pardal coxo e a água jorrando do céu num dia de chuva.






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