Quando morre um poeta

Data 18/09/2014 14:46:14 | Tópico: Poemas -> Esperança


"... Sem sangue pulsando calam-se os poemas
jazem inertes sem reflexos no bronze polido...”

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- Quando morre um poeta -



Quando morre um poeta,
fica no ar poesia espalhada,
impregnando câmaras ardentes.
Cérebro incendiado, crematório incomum,
pira de versos que nunca irão se espalhar.

Sem sangue pulsando calam-se os poemas!
Jazem inertes sem reflexos no bronze polido,
embrulhados em brancas túnicas,
como folhas de papel esvoaçantes
à guisa de pálidas mortalhas.

Tomem os versos
- se por ora inativos
jamais serão insensíveis.
Aguardo restarem indeléveis
ao longo de toda uma eternidade.
Carreguem meu corpo para o jazigo,
então, deixem-me só junto aos ciprestes,
enquanto solitária a alma vaga pela vastidão,
porém, parecendo sorrir à vista das estrelas.

Numa mistura de esperança e regozijo
sei que de alguma forma não me apagarei,
dissipado nas brumas do esquecimento.
Sei que um dia estarei de volta
- minha alma será pastor de versos,
apascentando tantos poemas de amor
acalentados na brisa suave do entardecer


18092014
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1ª revisão - 18.09.2014 - 16:06 hs



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