OS RIDOS E OS POBRES

Data 20/09/2014 22:20:39 | Tópico: Poemas

Data do Poema – 31 Julho 2010
Autor – António Casado
Editora –
Data publicação –
Registo IGAC –
Trabalho –


OS RICOS E OS POBRES
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No cimo das amendoeiras
Sob o branco das nuvens
Uma ave agita as penas
Promete ser vontade
Amortalha a fé paranóica
Arrasta pelas ruas a ilusão
De todos os paraísos

Futuros desacreditados
Presentes sem sentido
Ideias soltas sem conexão
Atrelados ao pescoço de repressores
Ditadores e outros mandadores
Rostos gravados nas moedas de ouro
Para perpetuarem a excomunhão ideológica
Dos jet-set televisivos e apalhaçados
Cannabis
Pagos para esfriar a fervura da urgência
De mudar

As batinas amofinam as almas conformadas
Falam de amor e medo, de medo e amor, de medo
E alardeiam que as fortunas se dividirão pelos pobres
Como os peixes de um Cristo inventado
Para manterem o medo fanático da fé, da intolerância
Da violência
Fazerem da liberdade uma prostituta
Uma verdade esquecida como a juventude
Que foi verdade
Antes do álcool, do futebol, da novela
Antes do medo do purgatório ser acreditado
E a necessidade da salvação dos pecados
Ditar a condenação das mãos atadas
Dos projectos adiados
Das hóstias amargas
Engolidas depois de vomitado o desejo de felicidade

Direitos e oportunidade iguais…
É possível
Quando a fé cega for o combate
O fanatismo a força orientada
O conformismo a rede ou a enxada
Então pobres e ricos deixarão de o ser
Deus estará do lado de fora de lado nenhum
E sem ódio, sem guerras, sem sangue derramado
Construir-se-á um mundo melhor

A riqueza será dividida
Pela força do braço



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