Cogitação

Data 23/09/2014 17:59:26 | Tópico: Poemas

Como se a beber de uma emoção barata,
deter-me, sangue e carbono,
à margem da madrugada
- afago morno do ópio.

( julgar-me seda e pedra,
chumbo e perfume,
vinho e papel,
mulher e precipício )



Como se a beber de uma dor remota,
voar às cegas, rumo ao sul
do calendário e da memória
- insurreição amorfa.

( abastecer o coração e o ventre,
esquecer o sobrenome da paz
e a cor espessa dessa alegoria )



Como se a beber de uma qualquer canção,
deitar-me, anônima,
por sobre a silhueta do momento
- crônica de vida e fogo.

( fotografar a sombra dos teus lábios
que passeia pelo meu corpo
com a urgência habitual )




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