
plagiato
Data 26/09/2014 12:07:30 | Tópico: Prosas Poéticas
| passeio e aprecio - não gosto de pensar demasiado na composição artística do que leio e do que vejo e do que ouço. não gosto de colher as flores, e dividi-las em caixas, por cor, aroma, perfeição e capacidade de reprodução - assim, como quem guarda meticulosamente pacotinhos delicados de chá, em caixinhas de madeira. gosto de impressões. de flashes. de melodias subcutâneas. do carácter do todo. da desvalorização das correntes e das escolas. gosto de memórias dispersas, de estilhaços do belo, cravados na minha pele, sem qualquer coreografia ou evidência. gosto dessa matéria de coesão, esse cimento perene e delicado como mel leve, que, inconsciente mas não inconsequentemente, eu colho da ARTE que me toca.
não retenho nada premeditadamente, não escolho nada – tudo me escolhe a mim. não me detenho mais do que o necessário para a leitura dos perfumes. não me movo mais que o suficiente para a imperceptível construção do meu caminho.
e, no entanto, o pouco que me refaz mais bela, mais forte, mais dotada, mais artista... é essa substância fina que me transpira de dentro para fora, súmula do que me vai penetrando a mente e a alma, à minha passagem descuidada pela beleza das coisas...
nada decoro, e tudo me decora. nada duplico e tudo me explica – a Arte é mãe generosíssima.
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