[exponho-te a vontade possa eu ouvir-te]

Data 16/10/2014 19:03:01 | Tópico: Poemas

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exponho-te a vontade possa eu ouvir-te
as estradas não têm portas de entrada

e as saídas são inclinadas
em aparentes desusos

os mares têm recantos
onde as areias são brancas formando castelos alagados
quiçá caminhos rotas
muros mundos

que se espalham pelo respirar repentino
de nevoeiros a estibordo.

Projetam-se sombras
depois as escuridões ponteadas de luzeiros
aqui


ali

nada trazendo de novo


apenas pulsações
e a inamovível ondulação.

Sabes da luz cor de amora
as mãos trémulas
a breve brisa da maré vazante

abrirás então o teu silêncio das luas e das flores marinhas
[pressentimento meu]

enquanto o olhar se fixa.

I

Pudesse eu tornar a noite habitada
[cessando todos os seus ruídos].




(Ricardo Pocinho)



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