Cinema cego

Data 25/10/2014 02:03:11 | Tópico: Poemas

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Uma sombra
dança balé à minha vista
quando fecho os olhos
e já é noite,
já é madrugada.
Os olhos fechados
por debaixo da pálpebra,
mas muito abertos ainda,
vendo sombras no escuro,
no escuro particular
dentro da pálpebra,
do corpo,
além do quarto escuro.
Os olhos escapam do ofício de dormir.
Permanecem intactos
por trás da cortina de pele
a fitar
um absurdo qualquer
interno
e desconhecido.
São sombras,
são vultos de imagens
e memórias do olho.
São pixels projetados
na parede da minha retina
de um filme
sobre sombras
a dançar no escuro.

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