Solitário

Data 24/10/2014 22:29:57 | Tópico: Poemas -> Solidão


O olhar tocado pelo plúmbeo
adormecer das ruas da cidade
nos pés plantados de cansaço
rumorejam no empedrado
fundo de engano.

Entorpecidos vagabundos do tempo
fundam nos bolsos mãos anémicas
vítimas sem recursos
tecem ansiedades e
fendem pensamentos em atalhos.

Mitigam odores cores e frestas
procuram um laço um sorriso um ombro
sentindo a palidez na boca
de um pacífico caule
de mortalha descontinua.

Passos ocos atravessam a noite
em adormecido quadro
de horas cismadas,
sem choro, no riscar dos dias
a lâmina da noite, faz febril o corpo.

Na concha da mão envelhecem
perturbando a solidão que o
gatilho da esquina guarda,
para num só esforço, suspirarem
tentações e subirem no esquecimento.



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=280983